O psicólogo americano Abraham Maslow se tornou referência na psicologia humanista por criar na metade do século passado a “Teoria da hierarquia das necessidades humanas”, também conhecida como a Pirâmide de Maslow, a qual define cinco níveis graduais de necessidades a serem alcançadas: fisiológicas, segurança, afeto, estima e as de autorrealização. Ele coloca as necessidades sociais em terceiro nível, compreendendo a importância dos relacionamentos afetivos na vida dos indivíduos. A amizade é definida pelos dicionários como um relacionamento que as pessoas têm de afeto e carinho por outra, caracterizada por lealdade, reciprocidade, intimidade, ajuda mútua, compreensão e confiança.
A simples definição supramencionada não é o suficiente para definirmos em nossa rede de relacionamentos quem poderá ser classificado como nossos amigos. Como fazer ou quais outros critérios adotarmos para poder identificá-los? É muito difícil distinguir um amigo quando as coisas estão indo bem, pois, nessas horas muitos se mantêm por perto e até se colocam à disposição para ajudar, caso, seja necessário, isto é o que afirmam categoricamente. Contudo, normalmente são nos momentos de dor e sofrimentos que os verdadeiros amigos se revelam.
Jó era um homem íntegro e temente a Deus. Um dos fazendeiros mais ricos de sua época (Jó 1.1-3). Conjecturando aqui, pois, a Bíblia não fornece este detalhe, talvez por isso sua casa fosse constantemente frequentada por diversos moradores da cidade. Em um curto período aquele homem perdeu tudo, suas riquezas, filhos e a saúde. Jó estava sendo provado. Fazendo um breve parêntese, é isso mesmo, provação é algo para gente que teme a Deus (I Pedro 1.6-9). A diferença para o incrédulo é o fim da linha, para este é condenação, enquanto para aquele, é receber tudo em dobro e a vida eterna. Voltando ao tema principal, agora sua casa na fazenda já não é mais tão frequentada, sua lista de amigos começa a sofrer reduções, mas, ele recebe a visita de três candidatos a amigos, seus nomes são: Elifaz, Bildade e Zofar. Jó estava só, enfermo e carente, necessitando urgentemente de um ombro amigo, no entanto, aqueles homens chegaram estendendo o dedo acusador. Ficaram o tempo todo insistindo que tamanho sofrimento só poderia ser consequência de algum erro cometido por ele diante de Deus, ou seja, metaforicamente, oferecendo uma corda para quem tem motivos de se enforcar. Sua lista de amigos sofre mais cortes, agora só lhe resta sua esposa. Para sua surpresa, ela chega para ele e sugere que amaldiçoasse o seu Deus e morresse (Jó 2.9). Excepcionalmente, no caso deste homem, pôde constatar que não possuía amigo algum, no entanto, refletiu o quanto eles fazem falta.
Por isto, devemos manter todos os esforços para construirmos amizades verdadeiras, reconhecendo que todo relacionamento possui uma via de mão dupla, isto é, eu e você precisamos fazer a nossa parte, nos tornando ombro amigo na vida de outras pessoas. A situação de Jó só não foi ainda mais dramática porque ele possuía um superamigo, Jeová Shammah (O Deus que sempre presente está), quem lhe estendeu a mão e não deixou que perecesse.
Por Juvenal Oliveira Netto
Colunista deste Portal