Entre Deus e o dinheiro

1936

“Ninguém pode servir a dois senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.” (Mateus 6.24)

Estamos de volta ao tema “dinheiro” ou “posses e bens”. Percebe como ele é relevante? Afinal, o mundo em que vivemos é determinado pelo poder do dinheiro. Mesmo no primeiro século, quando não havia o sistema monetário que temos hoje, a diversidade de produtos, serviços e prazeres, a sofisticação possível a tudo, podendo levar uma gravata a custar alguns salários mínimos e uma bolsa superar em valor a um carro popular, lidar com o dinheiro de forma correta já não era fácil. Por isso em textos tão antigos como os que encontramos na Bíblia, há tantas referencias e orientações sobre o cuidado que devemos ter quanto ao dinheiro. E Jesus está no texto de hoje nos advertindo de que ele pode se tornar um concorrente de Deus em nossa vida, dividindo-nos entre duas devoções. E afirma que não poderemos servir a Deus nessas condições.

Oscar Wilde disse: “Quando eu era jovem, pensava que o dinheiro era a coisa mais importante do mundo. Hoje, tenho certeza.” E é mesmo. Mas não deveria. E não deve ser a coisa mais importante do mundo para nós. Ele é necessário e devemos ser responsáveis e previdentes ao usá-lo. Mas ele jamais deve ser senhor em nossa vida. E se torna, quando para ganhá-lo comprometemos o que não deveríamos, prejudicando nossa relação com Deus e com as pessoas. Negociando valores e princípios pelo desejo de obter mais. Normalmente quando isso está acontecendo, não admitimos. Sempre temos boas razões para agir como estamos agindo. O dinheiro se torna senhor em nossa vida quando nos revelamos avarentos, obcecados por ganhar e acumular dinheiro, quando os valores do Reino nos convidam à generosidade. 

Veja o que lemos em Provérbios sobre isso: “Há quem dê generosamente, e vê aumentar suas riquezas; outros retêm o que deveriam dar, e caem na pobreza. O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá.” (Pv 11.24-25) Jamais permita que o dinheiro rivalize com Deus e mesmo com pessoas em sua vida. Tenha consciência do poder que ele pode exercer e da ilusão que ele representa. Procure servir a Deus e às pessoas com o seu dinheiro, independente do quanto tenha e especialmente se tem mais do que o necessário. Cuidado com seu padrão de vida. Não se acomode a um que reduza sua capacidade de ser comprometido com o Reino de Deus. Que Deus possa tocar seu coração para que seu dinheiro seja a resposta dos que precisam de ajuda. Coloque-o a serviço do Reino de Deus e jamais, nem por um dia, o sirva. Ele é uma benção como servo, mas uma maldição como senhor.

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