Descida ser Mãe, não “mãenipulada”, “mãenipuladora”

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Vivemos numa era que retrata as palavras do apóstolo Paulo acerca dos “dias maus” (Efésios 5.16) e “tempos terríveis” (II Timóteo 3.1). Trata-se de uma era de conceitos distorcidos, valores invertidos e princípios minados. Uma era que escancara contradições nas informações e nas opiniões.

E nesse bombardeio de distorções, inversões e contradições, se o cristão não recorrer à imutável Palavra de Deus, cairá facilmente nas ciladas des­ ta era. Pois, só os preceitos do Senhor nos farão andar em plena liberdade (Salmo 119.45), só sob a condução da Palavra de Deus não cairemos nessas armadilhas e cadeias do sistema.

Um dos grandes desafios desta era é resgatar o ser mãe, pois temos nos deparado com muitas “mãenipuladas” e “mãenipuladoras”, o que é uma distorção da real maternidade. Faço uso do neologismo neste texto, a fim de evidenciar as mães manipuladas por seus filhos e as mães manipuladoras.

Estes extremos são nocivos e os resultados já são patentes na atual sociedade, que cá para nós, não precisa ser nenhum sociólogo ou psicólogo para detectar uma sociedade em crise e doente.

Ser mãe é ser educadora, é ser instrutora, é ser orientadora, é ser referencial. A “mãenipulada” não educa, não instrui, não orienta, não disciplina, porque o filho dita as regras, o filho impera e ela obedece. Decida ser mãe, não “mãenipulada”. Em Provérbios 23, versículos 13 e 14, está escrito “Não evite disciplinar a criança (…) castigue- -a você mesmo com a vara e assim a livrará da sepultura”.

Em Provérbios 19, verso 18, lemos “Discipline seu filho, pois nisso há esperança (…)”. Ainda somos advertidos em Provérbios 29, versículo 15, de que a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe. De fato, quão vergonhoso é contemplar cenas em que filhos gritam, esperneiam e manipulam suas mães. Sei que há casos delicados a se tratar, mas não podemos tratar alguns distúrbios ou condições como escudo contra os limites e regras, sendo esses tão necessários para a vida individual e nos relacionamentos. “Mãenipuladas” criam ditadores, não cidadãos, sendo assim, corremos grandes riscos de uma sociedade caótica, formada por pessoas sem limites e regras.

O outro extremo é a “mãenipuladora”, essa não dá espaço para a individualidade do filho, não dá espaço para os pensamentos do filho; cerca-o de todos os lados, sufocando-o, tornando-o oprimido e infeliz.

Ser mãe é também ser amiga, é ser ajudadora, é parar para ouvir as dúvidas, os lamentos, escutar os desabafos dos conflitos, das crises que o filho também tem. É olhar o filho, lembrando de si mesma, e quantas vezes viveu algo semelhante ao que ele está passando. Ser mãe é algumas vezes falar com o silêncio, simplesmente ouvir com o coração e ver no filho a pessoa que Deus confiou para discipular.

É lamentável ver filhos muitas vezes incompreendidos, oprimidos e carregando sobre si uma cobrança da mãe, que ela mesma é incapaz de cumprir. Em Provérbios 31.26,28 está escrito que a mulher e mãe que fala com sabedoria e ensina com amor é elogiada por seus filhos. Sabedoria e amor, é o que devemos unir na maternidade.

“Mãenipuladoras” criam oprimidos, revoltados, não indivíduos maduros capazes de fazer escolhas corretas. Decida ser mãe, não “mãenipuladora”. Em II Tessalonicenses 2.7, o apóstolo Paulo faz a analogia de como ele tratou alguns irmãos, tal qual o trato de uma mãe com seus filhos, com brandura e bondade, e a transmissão no texto denota a ideia de tomar os filhos nos braços, acariciá-los e conservá-los no calor e na segurança de uma verdadeira mãe.

Incontestavelmente, temos um norteador: a imutável Palavra de Deus, que nos ensina como ser mãe. Ser mãe é ser educadora, é ser instrutora, é ser orientadora, é ser disciplinadora, é também ser amiga, ser ajudadora, é tratar com brandura e bondade, é parar para ouvir e acariciar; é simplesmente amar no sentido mais amplo desta palavra. É unir correção e ternura, autoridade e brandura.

Decida ser mãe, não “mãenipulada”, nem “mãenipuladora”.

Por Nédia Galvão – Extraído do OJB

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