A função primordial do diácono na Igreja, segundo Atos 6, é promover a paz entre os membros da grei. Com o templo, gerou-se a ideia de que a função da diaconia na Igreja de Cristo é servir às mesas: a mesa do pastor, a mesa dos pobres e a mesa da Ceia do Senhor. Baseado nisso, muitas Igrejas enfrentam problemas com o diaconato. Aparecem diáconos que rendo controlar o ministério pastoral, os demais membros da Congregação e realizando atitudes e funções que qual quer membro pode realizar com perícia especial. Mas, o diácono, quando não doutrinado, deixa de executar suas funções primordiais e passa a ser um peso para a Igreja do Senhor. Geram problemas insolúveis, quando servem de elemento de divisão, roubando a paz do rebanho. Os diáconos que tentam controlar o pastor terminam por dividir a membresia e gerar mal-estar à causa de Cristo. Por desconhece rem suas funções bíblicas, passam a ser um tropeço para o crescimento da Igreja e a expansão do Reino de Deus. Isso explica o motivo de muitos pastores terem aversão à presença de diáconos no rebanho. Trazem consigo experiências amargas. Mas existem verdadeiros diáconos, que são bênçãos para a Igreja, para o ministério pastoral e para o Reino de Deus.
Conheci um verdadeiro diácono, aqui em Sorocaba – SP, que preencheu todos os quesitos de um verdadeiro homem de Deus. Faleceu no dia 20 de abril passado. Seu velório foi concorrido, não só pela família, mas, por muitos amigos que granjeou ao longo da caminhada cristã. O casal foi batizado no Rio Sorocaba, pelo pastor Isac Silvestre. Deixa a esposa, Cicera da Silva Belo, com quem foi casado por 56 anos, cinco filhos e dez netos. A família refletia a beleza do amor de Cristo no lar, na Igreja e na sociedade. Seu lar sempre foi um exemplo do que o salmista vaticinou no Salmo 128, tornando realidade cada palavra do salmista.
Foi um amigo incondicional dos pastores com quem tivemos o privilégio de conviver, auxiliando no ministério. Evangelista nato, a quem Deus deu o privilégio de conduzir centenas de almas a Cristo. Quando a igreja passou por cisão, vítima que foi de pastores não comprometidos com a unidade do rebanho, o diácono José Belo revelou- -se líder na crise para manter o rebanho unido e coeso. Sua voz mansa, seu testemunho de crente fiel, comprometido com Cristo, deu à Igreja o norte a seguir em busca da unidade cristã, tão difícil nos nossos dias. Estava sempre disposto a servir à causa do Mestre.
Seu sorriso de pernambucano, com seu sotaque característico, revelava um homem comprometido com Cris to, após experiência de salvação, em que os ídolos de suas antigas crenças foram totalmente abandonados. Não trouxe para a vida cristã o ranço da idolatria, que não consegue ser extirpado por muitos salvos advindos do catolicismo pagão e idolatra.
Ao ser visitado por seu atual pastor, André Luiz Prado, sua preocupação não era com sua saúde, mas se a Igreja estava em dia com o sustento pastoral. Já vivi a experiência de ver diáconos sonegando os dízimos do Senhor, para forçar o pastor a deixar o ministério. Como também já vivi a experiência de ver um diácono depositando em poupança parte de suas rendas para sustentar o pastor, já que a liderança, ao reter os dízimos, forçaria o pastor a abandonar o ministério. Esqueceram tais “diáconos” que Deus usa até cor vos para sustentar os seus escolhidos. Quando a carne acaba, Deus usa viú vas para manter os seus escolhidos. A botija da viúva nunca seca. Ainda hoje, isto é verdade incontestável.
A igreja, a família e os amigos continuarão a sentir a falta carinhosa desse diácono tão querido. Consola-nos a certeza de que o encontraremos, em breve, no lar celestial. Até breve, que rido amigo e irmão em Cristo. Ao Deus de toda consolação (II Coríntios 1.3-4), rendemos gratidão pelo tempo em que convivemos com o grande servo do Senhor.
Pr. Julio Oliveira Sanches – Extraído do OJB.