“Queres ser curado?”, perguntou Jesus ao paralítico que aguardava o movimento das águas junto ao tanque de Betesda (João 5.6). À primeira vista, poderíamos considerar a pergunta estranha, ou, pelo menos, bastante óbvia. Afinal, o que um enfermo desejaria, senão a cura? Entretanto, quando analisamos o texto bíblico com atenção, descobrimos que o questionamento de Cristo revela importantes verdades.
Em primeiro lugar, ao perguntar a uma pessoa se ela desejava ser curada, Jesus estava demonstrando o interesse que tinha pela felicidade dela. O coração do Salvador batia em sintonia com o dos sofredores – ele atentava para as suas necessidades, enxergava os seus anseios, e desejava o seu bem. Em segundo lugar, a pergunta revela que a vontade das pessoas é um fator decisivo para que possam ser “sãs e salvas”. Foi por isso que o Mestre indagou ao paralítico o que ele desejava.
Jesus costumava responsabilizar as pessoas. Queria que não apenas expusessem os seus problemas, mas que assumissem um compromisso com a solução deles. Hoje, o Filho de Deus nos pergunta: “Queres ser curado?”. E essas palavras continuam tendo as mesmas implicações que tinham séculos atrás. “Eu estou interessado na restauração da sua felicidade. E eu quero que você se comprometa com esse projeto de restauração”.
“Queres ser curado?” – eis uma expressão que desperta as nossas mais profundas esperanças, e que, ao mesmo tempo, nos desafia para o mais radical comprometimento. Já no Antigo Testamento o Senhor avisava: “Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jeremias 29.13). Essa inteireza da alma, esse empenho da vontade, era uma condição essencial para que as coisas pudessem acontecer.
Deus quer e pode ajudar-nos. E, para isso, ele não aceita menos do que uma entrega total. O comprometimento verdadeiro é a condição para que os milagres aconteçam. A disposição de ser moldado é essencial para que alguém se torne um vaso de bênçãos. Então, sigamos em frente nessa certeza e propósito. Assim, não apenas a vontade do Pai se realizará em nossa vida, como também teremos melhores condições para abençoar vidas em nome do Filho, pela instrumentalidade do Espírito Santo.
Pr. Marcelo Aguiar
Colunista deste Portal