A nossa suficiência vem de Deus

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O pior problema na história do povo de Deus sempre foi o pecado da elevação espiritual.
No fundo do nosso ser, com freqüência, aparece um germe sutil de peculiaridade que acaba se inflamando em altiva demonstração de competência ou à cata da importância pública. A grande maioria dos peregrinos sofre de um apetite exagerado por reconhecimento, que termina gerando conflito e desencadeando um processo de divisão na convivência do povo de Deus.

O pecado da singularidade é um dos mais difíceis de serem percebidos por nós, além do que, a obra mais importante do Diabo é levar-nos a ter um bom conceito de nós mesmos. Contudo, é apropriado considerar o que disse William Law sobre este assunto: “se o homem precisa gloriar-se de qualquer coisa como sua, deve fazê-lo em relação à sua miséria e ao seu pecado, pois nada mais do que isto é propriedade dele.” Não há nada no espírito do homem que se oponha mais ao Espírito de Deus do que essa atitude de excepcionalidade arrogante.

A insatisfação constante, a murmuração insistente e a crítica acirrada são características sintomáticas de uma escravatura capciosa e disfarçada que viaja sorrateiramente nas entranhas de uma alma enfatuada. Mas no mundo em que Cristo viveu plenamente satisfeito em fazer sempre a vontade do seu Pai, é uma vergonha para nós, que confessamos a fé cristã, vivermos descontentes e implicantes. O mau humor da alma é um sinal claro de uma vida prisioneira do egoísmo. A pessoa liberta de si é aquela que vive emancipada do pior tirano, já que a festa do contentamento começa quando nos vemos livres de nós mesmos.

Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Romanos 14:7-8.

Eric Alexander disse com muita propriedade: “pecado não é apenas ofensa que necessita de perdão, mas uma poluição que necessita de purificação”. Ora, se viver para mim mesmo é a base poluente do pecado, então preciso da radical operação da cruz, para que em Cristo possa viver pela graça de Deus, inteiramente para o Senhor como membro do seu corpo. Alguém disse que a história da igreja tem mostrado muitas tolices, incoerências e irrelevâncias no meio do povo de Deus. Mas, disse ele com bom humor, eu amo minha mãe, a despeito de suas fraquezas e rugas. Creio que o amor de Deus é a realidade espiritual mais adequada no universo para evidenciar o caráter de Deus e a vitória sobre a escravatura pacata no pecado protocolar. Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Acima de tudo, porém, tende amor intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados. 1 João 4:18 e 1 Pedro 4:8.

Pr. Glenio Fonseca Paranaguá

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