Todos os anos fazemos votos de alcançar algum objetivo durante o ano que se inicia. É curioso que, depois de alguns dias, já desistimos do objetivo.
Ao final de alguns anos, já não acreditando que levemos a efeito os votos feitos, abandonamos também o hábito de fazer desafios a nós mesmos.
Isso mostra porque Deus não colocou a certeza da salvação na base da nossa fidelidade. Assim como Ele teve a experiência dos fracassos do povo de Israel, Ele já sabe que nós repetiremos as atitudes desse povo.
No livro do profeta Malaquias, o último dos profetas do Velho Testamento, Deus pergunta ao povo de Israel: “Porventura, não amei a Jacó e desprezei Esaú?” (Ml 1.2-3). Então, Ele pode também nos perguntar: “Porventura não te amei embora, tu mesmo, não me ame?”. Essa é para nós, uma dolorosa verdade, e, ao mesmo tempo, grande verdade. Embora eu possa falhar, Deus não falha. Embora eu, às vezes, deixe de demonstrar-Lhe amor, Ele continua a me amar. Só poderemos dizer como o autor da letra daquele velho hino: “Graça, quão maravilhosa graça, é maior que o meu pecado vil”.
Entretanto, embora haja o certo risco de falharmos, poderíamos experimentar desafiarmos a nós mesmos no começo de 2023. Se notarmos que estamos falhando, mesmo no meio do ano, recomecemos outra vez. Em que consistiria esse desafio? Respaldaria em amarmos aos outros neste ano, sem cobrarmos que alguém nos ame. Amar é um desafio que faço ao meu coração, não uma cobrança que faço aos outros. Se alguém me ama, o benefício que isso me traz fica só nesta terra. Se amo alguém, o benefício que recebo é um benefício celestial. Assim sendo, recebo muito mais em amar do que em ser amado. Mas, não é exatamente o contrário que fazemos? Não vivemos exigindo em vez de praticar?
Elaborando mais um pouco esse tema glorioso que é o amor, vamos lembrar o pensamento do apóstolo João, quando ele diz que se alguém está na luz, então ama o seu irmão. Amor, assim como a luz, é manifestação. Se não amo meu próximo, não estou manifestando nada, logo, estou nas trevas. Isso é grave, indica que odiar o próximo e dizer que é salvo estabelece uma contradição. Se peço algo emprestado ao meu irmão, e não lhe devolvo, não lhe dou explicação, isso é falta de amor, isso é estar em trevas, pois o que manifesta? Demonstra que não lhe amo, manifesta o contrário de luz, ou seja, trevas.
Sabendo que o tema é tão ligado à salvação, tão ligado a relacionamentos, ponto vital e importante a todos nós humanos, que estamos na luz, não é então um glorioso recomeço? Façamos a experiência; neste ano de 2023, tomemos como desafio amar e, somente, amar. Temos a certeza de que todos que assim o fizerem terão a experiência de que esse foi o recomeço de sua própria existência. Só o amor dá sentido real às nossas vidas. Quem ama descobre que valeu a pena ter nascido.
Duvida? Então, experimente!
