A glória é sempre de Deus

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“Na obra de Deus não há lugar para a glória humana” (Watchman Nee).

O apóstolo Paulo definiu esta verdade quando disse: “Quer comais, quer bebais ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (I Co 10.31). É isso mesmo, a glória em tudo o que fazemos quando edifica e trans­forma vidas é de Deus. Alguém disse sabiamente que a graça opera com o esforço, mas não com o mérito. Este é sempre de Deus em Cristo Jesus. A obra da cruz aponta para o alto, para a glória de Deus na vida do homem regenerado. Jesus veio para salvar e res­gatar a glória do Pai em nossas vidas. A obra do Senhor Jesus Cristo na cruz produz em nós salvação (nova vida, a natureza divina), santificação (dessemelhança humana e semelhança com Cristo) e glorificação (consumação ou perfeição). Uma vida regenerada está sempre dando a glória e a honra para Deus.

Vivemos um tempo de muito estrelismo, muita tietagem e glória pessoal em nossos ambientes sejam como Igrejas, seja como denominação. As fotos dos personagens do poder humano são abundantes. Há elementos em nossas Igrejas e denominação que apreciam muito o pódio, os altos de­ graus, gostam de se oferecer, buscam cargos em vez de cargas e se colocam na vitrine para serem notados. Nos encontros de líderes, nas assembleias convencionais há sempre os que que­rem se autoafirmar. Há uma busca pela megalomania. Os servos de Deus não precisam aparecer. Tenho uma grande admiração por João Batista quando lhe perguntaram se ele era o Cristo. Ele respondeu que não era digno nem de desatar as sandálias do Mestre e que o Senhor devia crescer e ele, João Batista, diminuir (Marcos 1.7 e João 3.30). O precursor de Jesus estava consciente de sua missão e posição. É importante dizer que a missão que recebemos sempre engrandece o Senhor e nos diminui. O Senhor é a razão e o caráter da missão.

A glória é sempre do Senhor. Esta afirmação deve definir o nosso ser e o nosso fazer para Deus. A glória divina deve destronar a glória humana. Somos chamados à humildade de Cristo, pois Ele é o nosso modelo de servo (Filipenses 2.5-8; João 13.1-20). Quando o nosso Deus é o centro das nossas vidas, dá glória a Ele é uma consequência natural. Tudo o que somos e fazemos deve ser “para louvor e glória da Sua graça” (Efésios 1.6,12,14). Não há coerência em nossa diaconia se buscamos a glória pessoal. O nosso “eu” é o centro da glória humana. É muito triste ver pessoas buscando a glória pessoal em detrimento da glória de Deus.

A obra de Jesus Cristo na cruz vence o nosso modo de viver egoísta e megalomaníaco. Para Paulo, “o viver é Cristo” (Filipenses 1.26). Ele estava crucificado com Cristo e a vida de Cristo era a sua própria vida (Gálatas 2.20). Ele trazia no seu corpo o morrer de Jesus para que a vida Cristo se manifestasse em sua carne mortal (II Coríntios 4.9,10). O Senhor Jesus Cristo deve ser sempre a razão do que somos e fazemos. Tudo é para Ele, para o louvor da Sua glória. Watchman Nee assevera: “O Senhor nunca nos pede que façamos aquilo que podemos fazer. Ele pede-nos que vivamos uma vida que, na realidade, nós não podemos viver e que façamos uma obra que jamais podemos fazer. Contudo, pela Sua Graça, essa vida é vivida e essa obra é realizada. Como? É que a vida que vivemos é a vida de Cristo vivida pelo poder de Deus e a obra que realizamos é a obra de Cristo realizada por nosso intermédio e por ação do Seu Espírito, o Espírito ao qual obedecemos. O “eu” é, na realidade, o único impedimento a essa vida e a essa obra. Que cada um de nós possa orar bem do fundo do seu coração: “Senhor, opera mim!”.

A glória é sempre de Deus. Ele aceita o trabalho que realizamos no cará­ter de Cristo. O Pai nos vê por meio de Cristo. Glorificamos o Pai através de Cristo, Seu Filho. Jesus nos ensina: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai, que está no céu” (Mt 5.16). Jesus está ensinando que o nosso testemunho por meio das boas obras exalta somente a Deus, nosso Pai. O nosso amor a Deus e ao próximo traz glória para Deus. Devemos obrar para Deus porque vem dEle toda a nossa capacidade (II Coríntios 3.5). É precioso o texto a seguir: “Portanto, não digas no teu coração: A minha força e a fortaleza da minha mão adquiriram para mim estas riquezas. Pelo contrário, tu te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque ele é quem te dá força para adquirires riquezas, a fim de confirmar sua aliança, que jurou a teus pais, como acontece hoje” (Dt 8.17,18). Devemos sempre glorificar Àquele que nos criou e nos redimiu em Cristo (Efésios 2.8-10)!

Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Colunista deste Portal    

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