Companheiros de Jugo Ministerial

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Nós, pastores, somos companheiros de jugo ministerial, lutas, sofrimento e compromisso na vocação irrevogável que nos foi concedida por graça pelo Senhor (2 Timóteo 1.8-12). Não havia nenhum mérito em nós para que o Senhor nos chamasse para o ministério. Ele nos alcançou com a Sua graça e nos vocacionou como homens comuns para um trabalho extraordinário. As lutas ferrenhas fazem parte do processo de crescimento espiritual na vida profética. Elas são usadas por Deus, muitas vezes, para nos tratar, nos tornar semelhantes a Cristo Jesus, nosso Supremo Pastor (1 Pedro 5.4).  Somos chamados à uma vida de crucificação e morte com Ele, olhando sempre para a Sua suficiência na cruz e na ressureição (Romanos 6.1-11). Jesus é o nosso modelo pastoral.  

Como ministros do novo pacto, fomos vocacionados para o cuidado mútuo. Precisamos aprender, ter coragem, de rasgar o coração uns com os outros, a partir de uma confiança na mutualidade vocacional, na legitimidade de um relacionamento fidedigno pautado nas Escrituras. Quantas vezes carregamos fardos muito pesados e não dividimos com os que podem nos ajudar substancialmente (Gálatas 6.2). Quantas vezes não temos coragem de dizer quem somos. Temos receio de admitir que somos sujeitos às mesmas paixões que o profeta Elias (Tiago 5.16). Não nos esqueçamos de que somos humanos, cheios de limitações e incoerências. É a graça de Cristo Jesus que nos basta em nossa fraqueza. Aliás, o Seu poder se aperfeiçoa em nossa fraqueza (2 Coríntios 12.9,10).

Como precisamos nos acolher com o profundo amor de Cristo! (Romanos 15.7).  É necessário e urgente que suportemos, aconselhemos e encorajemos uns aos outros sob a direção do Espírito Santo. Somos membros do Corpo Vivo de Cristo, necessários uns aos outros. Juntos, em profundo amor, podemos perfeitamente construir uma comunidade terapêutica, partindo o pão com alegria e singeleza de coração (Atos 2.42; 4.32). Na verdade, carecemos uns dos outros. Somos dependentes de Deus e interdependentes. Portanto, invistamos em encontros informais, de altíssima confiança para que haja aceitação ou acolhimento e cura.

Os companheiros de jugo oram, meditam, se importam, compartilham, têm uma profunda sensibilidade, constroem uma comunidade do acolhimento ou da aceitação, do perdão e da festa. Há um interesse mútuo muito forte visando a cura. Somos companheiros para vivermos a liberdade com a qual Cristo nos libertou (Gálatas 5.1). Precisamos nutrir os encontros sem-agenda. Como alguém disse: “Felizes os sem-agenda, eles terão tempo de relacionar com afeto e significado Como companheiros de jugo fomos chamados para aconselharmos e passarmos o bálsamo do Espírito Santo uns nos outros (Colossenses 3.16). 

Sim, companheiros de jugo para servirmos uns aos outros em amor (Salmos 100.1,2; 1 Pedro 4.10), para repartirmos o coração, o pão, a visão, os traumas, possibilidades e oportunidades dadas por Deus. Como companheiros de jugo, servos uns dos outros, somos chamados a vivermos sob o poder daquele que “levou sobre Si as nossas enfermidades e com as nossas dores” (Isaías 53.4,5).  Jesus nos fez um belíssimo convite: “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei (Mateus 11.28).

Que nos momentos mais cruciantes da vida, reafirmemos a nossa confissão à semelhança do apóstolo Paulo: “…porque eu em quem tenho crido e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia” (2 Timóteo 1.12). Temos em nós a salvação de Deus Pai, a Sua graça, companhia e o Seu poder. Nele estamos perfeitamente seguros e nada nos poderá separar do seu amor que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Romanos 8.38,39). Portanto, vivamos como companheiros de jugo ministerial na total dependência do Pai.

Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Colunista deste Portal    

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