“O maior entre vocês deverá ser servo” (Mateus 23.11)
O grande mestre Jesus Cristo, está neste texto ensinando bem de perto aos seus discípulos. É uma aula e tanto. Um ensino definitivamente diferente de tudo que o mundo ensina e propõe. Neste pequeno trecho, o caráter revolucionário do reino do céu é visto no fato de que a grandeza verdadeira é o oposto do que as pessoas supõem. Jesus disse: Mas o maior dentre vós será vosso servo. Quem a si mesmo se exaltar, será humilhado; e quem a si mesmo se humilhar será exaltado. A Grandeza verdadeira humilha-se para servir. Os fariseus que se exaltam serão humilhados. Discípulos verdadeiros que se humilham serão exaltados no devido tempo.
Para dar uma lição particular aos seus discípulos, Jesus deixa de falar às multidões e se volta para seus discípulos, alertando-os sobre o perigo de nutrir no coração a obsessão por títulos humanos. Jesus quer livrá-los da “mania de grandeza” que se espalha pelas culturas de competição e luta pelo poder.
Podemos aqui resumir a exortação dada aos discípulos e, através deles, à comunidade, dizendo que dentro da comunidade cristã não devem vigorar títulos que levem a que quaisquer pessoas se destaquem. Naturalmente também houve cargos na primeira comunidade cristã (1 Co 12:28ss), que estavam distribuídos de acordo com os dons que cada indivíduo recebeu.
Entretanto, essa circunstância não levava à glorificação de um em detrimento do outro. Esse é o sentido prático do ensino de Jesus.
No seu ensino, a determinação de Jesus, é que jamais alguém se eleve sobre o outro. Pelo contrário, as diferenças somente possuem importância na medida em que as diferenças entre os diversos membros têm importância para o corpo.
O alerta é muito objetivo: Tão somente temos de tomar cuidado para que, pela via do serviço, não volte a instalar-se a glória própria, que esvazia qualquer serviço pela orgulhosa presunção. Nunca diga: isso fui eu que fiz! Somente é genuíno aquele serviço que de fato acontece totalmente por causa do outro. Somente recebe recompensa de Deus aquela ação que não se realiza por causa da recompensa, que não acontece com o menor pensamento por méritos, em que uma mão realmente não sabe o que a outra faz (Mt 6.3). Isso vale para a auto-humilhação.
Quando ela acontece de forma intencional, não representando uma convicção sincera da própria pequenez diante de Deus, ela nada mais é que uma forma sutil de auto-exaltação. Precisamente por Jesus condenar o “fariseu dentro de nós”, temos de nos cuidar para não cairmos no farisaísmo oculto, que se orgulha do próprio serviço e da própria humildade e que secretamente diz para si: Eu lhe agradeço, ó Deus, porque não sou como esse fariseu [cf. Lc 18:11]!
Que lição gloriosa! Que aula magnifica do mestre Jesus.
Que exaltação mais gloriosa uma pessoa pode desejar? Ser exaltado por Deus por meio do serviço e da humildade (Mateus 20.26,27)!
Eis a lição! “O maior entre vocês deverá ser servo”.
Sejamos servos.
Pr. Carlos Elias de Souza Santos