“Certamente Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre Si; e nós O reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas Ele foi transpassado pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele e pelas Suas pisaduras fomos sarados”. (Isaias 53.4,5)
Jesus é o médico ou curador ferido. Ele levou sobre Si as nossas enfermidades com as nossas dores. Jesus teve um sofrimento sem igual por nossa causa, em razão dos nossos pecados, das nossas transgressões! Foi desamparado pelo Pai por ter assumido a nossa culpa. Paulo ensina que “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que nEle fossemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21). O Senhor tomou voluntariamente o nosso lugar por nos amar profundamente. Jesus foi duramente ferido e sabe o que é sofrer. Como homem, sofreu dores que não suportaríamos. Por Suas pisaduras fomos sarados. Por causa das feridas de Cristo Jesus somos redimidos (Is 53.5). É impressionante a empatia do médico ferido por nós! Sabemos que Ele foi enfermado antes da fundação do mundo. O Pai já O havia ferido antes dos tempos eternos para a nossa redenção. Ele conhece as nossas mazelas, as nossas necessidades. Mesmo muito machucado, Ele é capaz plenamente de nos curar e nos fazer olhar para o alto (Cl 3.1-4).
O curador ferido quer trabalhar em nossas dores, limitações, doenças, angústias, incoerências, taras, tristezas e fraquezas. Jesus disse para Paulo: “A minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza (2 Co 12.9,10). Para o bem e para o mal, a espécie humana tem entre os seus privilégios a preeminência da dor. Temos a capacidade única de sair de nós mesmos e autorrefletir, lendo um livro sobre a dor, por exemplo, ou recapitulando a lembrança de um episódio terrível. Algumas dores – a dor do luto ou de um trauma emocional – não envolvem nenhum tipo de estímulo físico. São estados de espírito, forjados pela alquimia do cérebro. Essas proezas conscientes permitem que o sofrimento perdure na mente por um tempo maior, mesmo que a necessidade que o corpo tem desse sofrimento já tenha passado. Todavia, eles também nos oferecem o potencial para atingir uma perspectiva que irá mudar o próprio panorama da experiência da dor. Podemos aprender a lidar com ela e até triunfar (BRAND, Paul. A Dádiva da Dor. São Paulo: Mundo Cristão, 2005, p.28).
Jesus convida os cansados e oprimidos para serem aliviados (Mt 11.28-30). É impressionante a sensibilidade daquele que sofreu desprezo, dor, sofrimento atroz por nossa causa. Ele conhece as nossas profundas limitações, as nossas incoerências e lutas internas e externas. Ele prometeu estar conosco todos os dias até à consumação dos séculos (Mt 28.20). Ele nos deixou o Seu Espírito para nos consolar, encorajar, estar do nosso lado em todo o tempo (João 14.16-18).
Graças ao Pai pela obra do médico ferido. Por Suas intervenções em tantas vidas! Por Sua atuação na cura de famílias e Igrejas! Jesus andava por toda a parte fazendo sempre o bem (At 10.38). O escritor aos hebreus diz que Ele, Jesus, nos dias da Sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte, e tendo sido ouvido por causa da sua piedade aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem, tendo sido nomeado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 5.7-10). Ele é o nosso Sumo-Sacerdote sofredor. Mediador sensível às nossas múltiplas necessidades. Nesse texto de hebreus, nos fala do Getsêmani, da Sua paixão e sofrimento, da cruz de nosso Senhor, e como que nos diz: Aí está; Ele passou por tudo isso. Ele sabe o que é chorar com muitas lágrimas. Sabe o que é orar a Deus em prantos. Ele lutou com emoções que quase o despedaçaram. Ele conhece isso. Já passou por isso e pode sentir o que sentimos. Ele sofre conosco” (SEAMANDS, David A. Cura Para os Traumas Emocionais. Belo Horizonte, MG: Editora Betânia, 1984, p.49).
Podemos contar com o médico ferido em nosso tratamento. A partir da nossa experiência de cura, podemos apresentá-lO ou pregá-lO a outros. Quando fazemos uma leitura dos evangelhos podemos perceber claramente a intervenção do curador ferido na mulher que tinha uma hemorragia 12 anos; podemos ver a cura dos cegos de Jericó, do cego de nascença, leprosos e aleijados. Jesus é Aquele que olha para nós com amor e compaixão. Ele tem prazer em cumprir toda a vontade do Pai na cura ou não–cura das pessoas. O propósito do Pai é sempre soberano. Jesus Cristo veio buscar e salvar o perdido (Lc 19.10).
Não nos esqueçamos de que Jesus foi ferido para a morte com o objetivo de dar a Sua vida por nós, “o Justo pelos injustos para conduzir-nos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito” (1 Pe 3.18). Jesus foi ferido de morte a fim de nos dar vida e esta em abundância (João 10.10). Ele foi enfermado para nos dar a saúde. Que médico maravilhoso é Jesus que conhece o nosso coração mau e perverso! Que nos toca com a Sua mão de poder e nos assiste nos momentos mais difíceis. Ele é o médico que venceu o mundo e por isso pode nos fortalecer (João 16.33). Paulo sabia muito bem quem era o Mestre ao dizer que se gloriava em suas fraquezas para que sobre ele repousasse o poder de Cristo Jesus (2 Co 12.9). Quão maravilhoso é confiarmos na suficiência da obra de Cristo na cruz e na ressurreição! Sabermos que estamos assentados nos lugares celestiais em Cristo Jesus (Ef 2.6).
O médico ferido conhece profundamente as nossas machucaduras, chagas no corpo, na mente, nas emoções, lá nos porões do nosso subconsciente. Ele acompanha muito de perto o nosso sofrimento. A vida do curador ferido deve se manifestar em nosso corpo mortal (2 Co 4.9,10). Olhemos para o médico ferido capaz de se inclinar para nós com Sua graça e misericórdia; com Seu amor e perdão; Sua justiça e verdade; e, acima de tudo, com a Glória do Pai. Sejam quais forem seus problemas, suas mazelas, seu sofrimento, não se esqueça, Jesus, o curador ensangüentado, é poderoso para fazer muito mais acima do que pedimos e pensamos, conforme o Seu poder que opera em nós (Ef 3.20).
O Pai nos ama tanto que fez o Filho enfermar por causa do nosso pecado, nossa desobediência (Is 53.8,10). Diz o texto claramente: “por causa da transgressão do meu povo foi ele ferido” (v.8). Cremos em João 3.16 e Romanos 5.8, que revelam o amor de Deus por nós sendo nós ainda pecadores. Deus, o Pai, enviou Jesus, o Filho, o médico dos médicos, para que fosse ferido de morte por nossa causa. Ele tomou a iniciativa da reconciliação (2 Co 5.18-20). Devemos responder a esse amor adorando o Pai, obedecendo o Filho e sendo cheios do Espírito Santo, levando a cura do Redentor às pessoas! Olhemos para Jesus, o Autor e Consumador da nossa fé (Hb 12.1,2)! Confiemos plenamente no médico ferido, preguemos poderosamente o Seu Evangelho para a Glória de Deus Pai!
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Colunista deste Portal