Separados para a santificação

1833

“Esforcem-se para viver em paz com todos e procurem ter uma vida santa, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12.14).

Santidade e Santificação são temas únicos na Escritura Sagrada. O hebraico do Antigo Testamento e o grego do Novo Testamento separam duas palavras que na verdade estão unidas por um único significado. Na família hebraica as palavras são qadosh (santo), qadash (santificar) e qodesh (santidade). Na família grega as palavras são hágios (santo), hagiádzo (santificar) e três substantivos: hagiasmos, hagiosyne e hagiotes (santidade). A ideia é que todas elas expressam um único sentido: separação ou ser separado.

A santificação precisa ser compreendida como uma obra da graça divina, à luz da santidade do próprio Deus. Quando tal compreensão não acontece, o que surge é uma desequilibrada e errônea compreensão, onde o crente tende a produzir uma “busca” pela santidade que o torna egocêntrico e convencido. Essa busca faz com esse indivíduo foque sua religiosidade muito mais em si mesmo do que na santidade do próprio Deus. Esse erro leva muita gente a confundir santidade com mera abstinência disso ou daquilo (calça ou saia, bebida ou suco, jazz ou rock, cabelo, piercing ou tatuagem). Esse tipo de erro acaba por cultuar uma experiência particular e pessoal como sendo um único modelo de santidade possível a ser adotado.

Para viver em absoluta santidade, conforme nos orienta a Sagrada Escritura, precisamos relacionar nossa compreensão sobre santidade, diretamente com o caráter Santo de Deus e refletir e aceitar como santa e sagrada a Lei de Deus sob a qual nos foi ordenado viver e obedecer.

SANTIDADE DE DEUS – Santo define bem a diferença na natureza transcendente que existe entre Deus e nós. Quando Deus é chamado Santo, a ideia é mesmo de acentuar a infinita superioridade entre Deus e a humanidade. É na santidade que percebemos Deus, como um tipo diferente de ser. É na santidade que nos dirigimos a Deus em adoração e temor reverente e em nossa reveladora pequenez e fraqueza humana (Isaías  6).

SANTIDADE DO HOMEM – A santidade para a qual Deus chama seus servos é para uma imitação da sua pureza. Santidade é o exato momento quando o homem responde e reconhece a Deus como o seu Deus. Esse é o momento perceptível da vida com Deus em que seu povo se separa de tudo quanto O desagrada e é contrário à sua vontade. Santidade de vida Deus requer de todo aquele que Ele trouxe a comunhão consigo mesmo.

A SANTIDADE DE DEUS NO HOMEM – A santidade do crente, tal como a do seu Senhor, consiste em viver na prática de um relacionamento para com o mundo dos homens, pela qual ele está no mundo, sem ser do mundo (Jo 17. 14-16). Para isso será necessário tanto separação quanto identificação, tanto o desligamento quanto o envolvimento.

Sabiamente Agostinho de Hipona disse: “Dá o que ordenas, e ordena o que quiseres”.

Na verdade, na Escritura Sagrada, Deus sempre dá aquilo que ordena. Veja! A santidade que Deus exerce e requer do seu povo, é a mesma que ao seu povo santo, Ele concede como dom.

Ele mesmo disse: “Eu sou o Senhor que os santifica”. (Levítico 20: 8). “Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por ela para santificá-la…” (Efésios 5: 25,26).

Em se tratando de santificação: “procurem ter uma vida santa!”.

Pr. Carlos Elias de Souza Santos.

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