Pai, uma referência necessária

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Todos os segundos domingos de agosto são dedicados para comemorar o Dia dos Pais, e, em 2021, é o dia 10. No ideário popular “pai” é o autor, o inventor, o criador, protetor, fundador, benfeitor, o genitor.

É inegável que o Criador é visto como o pai de tudo o que existe, por ser aquele Quem criou todas as coisas. E, portanto é o provedor das soluções para o bom andamento do universo e de suas criaturas, bem como a solução dos eventuais desajustes promovidos pelas naturezas físicas e humanas que se incorporam ao que existe.

É assim que o escritor Moisés alude a Deus: “no princípio Deus criou os céus e a terra”. Foi assim também que Ele providenciou o plano para consertar sua criação humana, uma vez que esta deliberou se afastar do princípio da obediência ao Pai. Então, o escritor que acompanhou pessoalmente a vinda, vida e obra de Jesus Cristo, disse: “Deus amou de tal maneira o mundo que deu seu Filho Unigênito para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3.16).

Cabe questionar essa evolução histórica do Criador se dispensar na humanidade para a salvar. O mesmo Criador que no início fizera tudo e todos os seres vi- ventes, se mostrou inteligente para com

sua criação a ponto de o mesmo evangelista testificar e escrever: “No princípio era o verbo; o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. E, todas as coisas foram feitas por ele e sem ele nada do que foi feito se fez e nós vimos a sua glória como a do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade, e nossas mãos tocaram a palavra da vida” (Jo. 1.1-3,14).

Então, pai é o que promove a criação e provê todos os recursos para que suas obras progridam satisfatoriamente; é o que não mede esforços para resgatar o que fez, e, principalmente, sua imagem e semelhança, isto é, o ser humano, que deliberadamente se afastou do seu Cria­ dor por ter recebido dele capacidade de se autodeterminar e firmar-se ou não nas regras do Pai.

Pai é uma referência necessária. Tão necessária é essa essência “pai” para a vida humana, que o patriarcado ganhou força entre o povo denominado “de Deus”. A referência bíblica em Gênesis, capítulo 17, versos 3 a 5, diz que “Deus constituiu a Abraão por pai de nume­ rosas nações”, e, o apóstolo Paulo faz referência a essa literatura ao reverberar: “Como está escrito: Por pai de muitas nações te constitui, perante aquele no qual creu, a saber, Deus, o qual vivifica os mortos e chama as coisas que não são como se já fosse, o qual, em esperança creu contra a esperança tanto que ele tornou-se pai de muitas nações” (|Rm. 4.17-21).

Pai é uma referência necessária por­ que trabalha com a própria identidade humana a ponto de projetar uma visão correta sobre o papel e função de cada um dos indivíduos sexuados de modo distintos feitos pelo Criador. Assim, pois, Ele ainda trabalha para que Sua criação tenha uma visão correta de si mesma. Essa autoimagem transformada em pai ficou indelevelmente marcada em Abrão, que a partir da compreensão dessa visão divina sobre si mesmo, teve a ideia de que seu nome também seria transmuta- do e agora para Abraão por ter a absoluta convicção de que o Criador o constituiría “pai de numerosas nações” (ibid. 17.3-5).

Evidente que os avanços culturais e de costumes morais e éticos podem transmutar a gênese humana. Então, surge a presença de outro pai, denominado diabo, o que “profere mentira, fala do que lhe é próprio porque é mentiroso e pai da mentira”, como afirmou a Jesus (João 8.44). Mas, de onde este surgiu? O livro do Apocalipse (12.7-9) diz: “Então houve guerra no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão. E o dragão e os seus anjos batalhavam, mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou no céu. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama o Diabo e Satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na terra, e os seus anjos foram precipitados com ele.” A Bíblia diz, em Ezequiel 28.15-17: “Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em

que foste criado, até que em ti se achou iniquidade; porque elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei; diante dos reis te pus, para que te contemplem”; em Isaías 14.12-14 está escrito: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! como foste lançado por terra tu que prostravas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.”

Pai é uma referência necessária. Mas, ninguém se iluda: aquela “estrela que caminhava entre pedras afogueadas” se enalteceu e caiu. E, assim começou a fazer seu trabalho: desvirtuar os desígnios divinos. Ele tentou ao próprio Cristo de Deus quando, no deserto, o tentou (Mateus 4.1-11). E, “pai” continua a ser uma referência necessária em todos os aspectos. E assim é que as Escrituras asseguram que sempre haverá uma luta contra o falso paternalismo ao garantir a vitória do espírito do Pai a governar a vida de Seus filhos sob o cumprimento da solene palavra: “Sujeitai-vos, pois, a Deus; mas resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós” (Tg. 4.7). Sejamos, pois filhos de Deus, o Pai, a referência necessária para todos os que são promovidos para a Sua glória.

Por Rubdin Slobodticov
Extraído do Jornal Batista

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