Como ser um pai nota 10 em tempos tão difíceis

1623
Foto: Unsplash

O dia dos pais está chegando, e com ele há muita festa e gratidão. Mas também é um tempo para os homens refletirem sobre como estão empenhando a nobre missão de criar filhos saudáveis. Com o mundo em constantes mudanças, até os valores mais básicos estão sendo reavaliados ou resinificados pela cultura popular. Quando falamos sobre paternidade, é preciso levar em conta o grande número de famílias divorciadas no Brasil. A ausência da figura paterna na criação dos filhos é comprovadamente prejudicial para a formação do caráter das crianças.

Para a psicóloga Elizabete Bifano, do ministério Oikos, não se trata de almejar uma figura perfeita na imagem do pai, mas a certeza de que há alguém que protege, provê e, o mais importante, está sempre presente. “Quando falamos sobre o ideal no papel de pai não estamos falando sobre perfeição, pois perfeição não existe, quando se fala de ser humano. Mas, apesar de suas limitações, existe uma pressão muito grande sobre os pais nos dias atuais”, esclarece.

Essa pressão destacada pela psicóloga é fruto de uma indefinição ou falta de conhecimento sobre o papel do pai na criação dos filhos. Muitos homens se sentem inseguros para tomar decisões, aconselhar e planejar o futuro dos filhos.

“Podemos dizer que ainda mais os pais encontram-se nesta dúvida e pressão, pois a sociedade tem melhor definido o papel da mãe, enquanto o do pai passa por ajustes, visto cobrar-se mais da parte dele a participação na criação dos filhos, o que não era tão cobrado em outros tempos”, explica.

Essa evolução — na crescente exigência da participação dos pais na criação dos filhos — tem levado muitos homens a repensar suas prioridades.

O retrato de um pai relapso, distante e indiferente não faz jus à maioria dos homens, sobretudo os pais mais jovens. Elizabete Bifano reafirma a importância da família ser norteada por um pai presente e atuante. Ela descreve qual seria o cenário ideal para os homens com filhos.

“Pensamos que o papel do pai deva ser sim um papel mais definido, mais claro; onde o diálogo e a compreensão permeiam um relacionamento que não fosse só de disciplina e educação, mas de amizade e companheirismo, comunicação aberta e brincadeiras entre pai e filho”, descreve Bifano.

O papel do pai

De acordo com a psicóloga, existem outros fatores que colaboram para que o homem não elabore uma paternidade adequada. “Nem sempre a função do pai é introduzida de uma maneira simples. O relacionamento instituído entre mãe e filho, desde a gestação, vai se perpetuando e excluindo a participação paterna. Para inaugurar sua função, o pai precisa introduzir-se e interferir na relação mãe-filho. O que deveria acontecer de modo natural, precisa ser feito forçadamente pelo pai”, aponta.

Outro ponto abordado pela psicóloga é sobre a importância da figura masculina na formação do caráter dos filhos. O papel (ou função) dos pais é fundamental dentro do lar porque ele reflete os atributos da masculinidade. Sua ausência tem consequências na formação das crianças.

“Ouvindo as histórias contadas por pessoas que nos procuram para terapia ou aconselhamento, podemos delimitar muito bem a importância que o pai tem na vida da criança. Infelizmente temos de reconhecer que muitas e muitas vezes o lugar do pai fica vazio na vida da criança e o efeito dessa ausência se prolonga pela vida toda, inclusive a adulta”, diz.

A importância do lar

O lar completo, como aponta Bifano, é composto por pai e mãe. Cada um acrescenta algo na vida familiar e têm graus iguais de importâncias. Um não pode fazer o papel do outro e vice-versa.

“Pai é pai. Mãe é mãe. Duas pessoas diferentes, com papéis diferentes, com funções diferentes. Quando um homem tem um filho sendo solteiro ou quando o casamento se desfaz e o homem vai embora, não retira dele a tarefa de ser pai. Pode ser que ele não seja o provedor da casa, o protetor da família, o marido. No entanto, ele será sempre o pai. Não dá para, simplesmente, ignorar este fato. O relacionamento com a mãe da criança pode ser “ilegítimo”, mas a criança nunca será ilegítima, ela é filha desse pai, portanto ele é, de fato, um pai legítimo”, conclui.

Matéria Extraída da Revista Comunhão

Deixe uma resposta