Encontro Notáveis – Série XXII

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É muito perigoso aplicarmos conceitos gerais a experiências individuais e específicas, pois, corremos o risco de cometer sérias injustiças e ainda expor desnecessariamente as pessoas. Foi exatamente isto que aconteceu com os discípulos de Jesus quando se depararam com um cego de nascença. Um encontro emocionante que nos proporciona muitos ensinamentos e ajuda a fortalecer nossa fé.

O Filho do Homem está caminhando e se depara com um mendigo, maltrapilho, vivendo nessas circunstâncias em virtude de uma cegueira que o acompanhava desde o seu nascimento (João 9). Os seus discípulos testemunhando aquela cena melodramática foram logo perguntando para o Mestre sobre quem teria pecado, o cego ou os seus pais? Na cabeça deles todo aquele sofrimento só poderia ser fruto de desobediência a Deus. Jesus lhes disse que estavam equivocados, pois, toda aquela situação não fora causada por pecado algum, mas, para glorificar o nome do Pai. Ele cuspiu no chão, fez lodo e passou nos olhos do moribundo lhe ordenando que fosse se lavar no tanque de Siloé. O cego obedeceu, lavou-se e voltou enxergando.

Nessa cura específica Jesus deixa claro para todas as testemunhas que para Ele não há, absolutamente, nada impossível. Ao curar uma deficiência de ordem genética estava demonstrando, na prática, que pode resolver os nossos transtornos ainda que sua causa esteja relacionada ao período de nossa gestação. Aleluia, que terapeuta fantástico! Além disso, está sinalizando para o seu poder de cura sobre o pecado, outro problema gerado também antes do nascimento. A Bíblia afirma que todos foram gerados em pecado, mas, Ele veio para aniquilar o seu poder sobre nós (Sl 51.5; Jo 8.36; Mc 2.10 e 1 Jo 2.1). Através do primeiro homem, Adão, o pecado adentrou no mundo, não obstante, através do segundo, Cristo, ele foi vencido para sempre (Rm 5.19).

Jesus poderia curar esse homem do mesmo modo que curou Bartimeu, apenas determinando para que a enfermidade fosse embora, mas, resolve utilizar um método diferente. Jamais podemos cometer o erro de tentar restringir o “modus operandi” de Deus. Ele cura se, quando e como quiser; instantaneamente ou gradativamente; sem ferramenta alguma ou através de um instrumento. O único fator pertinente para que o milagre aconteça é a implementação da sua vontade.

Muitas pessoas, assim como o cego, querem ser curadas, mas, diferentemente dele, se recusam a obedecerem ao Mestre. A ordem foi para que ele se lavasse num tanque. O mais incrível foi a confiança “cega” do homem, disposto a fazer qualquer coisa para se ver livre daquele mal. Ouça a sua voz e identifique hoje mesmo o que o Senhor quer que você faça.

Isto posto, fica muito claro que havia pelo menos dois objetivos distintos, motivos pelos quais levaram Jesus a intervir na vida do indivíduo. Deixar claro sua autoridade sobre qualquer grau de dificuldade humana e confrontar as pessoas quanto a cegueira espiritual em que viviam, pois, apesar de serem religiosas, não eram capazes de enxerga-lo como o Messias prometido. Ao reconhece-lo como seu salvador e não um mero curandeiro, aquele cego demonstrou que fora duplamente curado, ou seja, teve sua visão física e espiritual restabelecidas. Louvado seja o Senhor!

Por Juvenal Oliveira Netto
Colunista deste Portal

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