“Irmãos, não reduzamos a obra de Missões Mundiais a um dia do calendário anual, a levantamento de oferta nos meses de março e abril, mas reflitamos profundamente de acordo, pois somos cooperadores de Deus. Faça de sua igreja um instrumento missionário de Deus para a redenção do mundo” (Waldemiro Tymchak, Revista OCEOM, Março de 1988).
Estas palavras do precioso Pastor Waldemiro Tymchak, de saudosíssima memória, nos fazem refletir sobre a nossa caminhada na estrada missionária. Fazemos, muitas vezes, um reducionismo da obra de missões valorizando calendário, campanhas sazonais, em detrimento de um estilo de vida. A obra transcultural faz parte do DNA da Igreja de Jesus Cristo. Recebemos a missão de anunciar aos povos a maravilhosa graça de Deus em Cristo pelo poder do Espírito Santo (Atos 1.8). Missões é a obra da disseminação do evangelho de Cristo que “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Romanos 1.16). Isto é precioso demais. Missões deve ser plantada no coração da criança ao ancião. Podemos dizer que missões é a vida da Igreja. Deve estar no coração dos crentes. Concordo com o pastor Tymchak quando ele faz uma análise muito pertinente acerca do barateamento da teologia bíblica da missão. Não é calendário, mas estilo de vida, pois a vida de Cristo em nós nos leva a amar e valorizar a obra transcultural.
A Igreja do primeiro século possuía o múnus missionário. Detinha em seus arraiais o amor pela proclamação do evangelho de Cristo dentro e fora das suas fronteiras. O coração estava fervilhando de compromisso com a mensagem da cruz (1 Coríntios 1.18). Jesus era o centro da vida e da obra da Igreja. O próprio apóstolo Paulo testemunhou aos irmãos em Corinto: “Nada me propus a saber entre vós senão a Jesus Cristo e este crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gregos” (1 Coríntios 1.22,23). É impressionante o amor que eles nutriam por Cristo Jesus e a Sua obra redentora. Par eles, a obra missionária era sublime. A Grande Comissão não era teoria, analogia, mas literal, que os impulsionava de forma abrangente. Alguém já disse: “Não transformemos a Grande Comissão na Grande Omissão” (Mateus 28.18-20). Os nossos joelhos (oração), os nossos pés (ação evangelística) e as nossas mãos (sustento financeiro) devem estar à serviço da obra missionária 24 horas por dia.
Nestes dias chamados de pós-modernos somos convocados pelo Senhor para uma visão mais ampla, a atitudes e ações cheias de amor a partir de uma obediência incondicional a Cristo. Deus requer de nós entrega sem reservas. Exige de nós compromisso inadiável e inalienável a partir da nossa comunhão profunda com o Senhor Jesus Cristo. Ele tinha uma missão: “Buscar e salvar o perdido” (Lucas 19.10). A missão dele é a nossa missão. A Sua obediência ao Pai é a nossa obediência. Como precisamos voltar os nossos olhos para os evangelhos e vislumbrarmos o Cristo que deu a Sua por nós. Que andou por toda a parte fazendo o bem (Atos 10.38). Ele deve ser sempre a nossa mensagem. O nosso modelo. O estilo de vida seja do cristão (individual), seja da Igreja (coletivo) deve ser sempre o de Cristo Jesus. Ele requer que sejamos Seus amigos para fazermos o que Ele manda (João 15.13,14).
A Igreja que tem consciência de que missões é um estilo de vida está intrinsicamente ligada a Pessoa de Cristo. Para ela o viver deve ser sempre Cristo (Filipenses 1.21). O seu fazer deve ser o de Cristo. Ela deve se conformar com a Pessoa de Cristo na Sua morte e na Sua ressurreição. Missões como estilo de vida vem com o compromisso com Cristo. Somos Seus embaixadores (2 Coríntios 5.17-21). A igreja é constituída de cooperadores. Ela trata dos negócios de Cristo com amor e zelo, consciência de missão e responsabilidade diária. O seu olhar está em Cristo. O seu viver depende de Cristo. Sabe que deve anunciar o evangelho de Cristo a todo o mundo tendo a consciência do preço altíssimo a pagar.
A obra de missões é sublime, encantadora, renovadora e inspiradora. Esta obra revela a supremacia de Cristo. Um empreendimento que visa anunciar às nações a Grandeza, a Sublimidade, a Majestade de Deus Pai. Os povos devem se alegrar pela proclamação do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (João 1.29). Na linguagem do Pastor Waldemiro, façamos de nossas igrejas instrumentos missionários de Deus para a redenção do mundo. E, acima de tudo, o façamos para a Sua glória!
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
Colunista deste Portal