Encontros Notáveis – Série XII

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O gênio da física, Albert Einstein, chegou a seguinte conclusão em relação à criação do mundo: “Todo aquele que se dedica ao estudo da ciência chega a convencer-se de que nas leis do universo se manifesta um Espírito sumamente superior ao do homem, e perante o qual nós, com os nossos poderes limitados, devemos humilhar-nos.” — Não precisamos ter um “QI” elevado, como o desse alemão, para acreditarmos que existe um ser supremo, o qual rege todas as galáxias, mas, a grande questão a se pensar seria o quanto estamos próximos ou distantes dEle. Ressaltando, que compete ao homem tomar a iniciativa para estabelecer esse contato, até porque o Eterno é onipresente e autossuficiente. Será mencionado nesse episódio a história de uma pessoa que decidiu encurtar esse distanciamento e alcançou a graça divina causando perplexidade até mesmo nos religiosos da época (Lc 7.3 (Lc 7.36-50).

No relacionamento com Deus, existem aqueles que parecem estar perto, mantendo distância, enquanto há outros muito distantes, os quais se tornaram muito mais próximos. É exatamente essa realidade que o doutor Lucas descreve quando certa feita Jesus aceitou um convite de um fariseu (membro de uma ramificação religiosa do judaísmo) para jantar em sua casa. No momento em que Ele se assenta a mesa, chega uma prostituta e se humilha diante dEle. Suas lágrimas lhe banham os pés e ela os enxuga com os seus cabelos, ao mesmo tempo em que derrama sobre ele um vidro de perfume. O fariseu fica incomodado com a conduta daquela mulher, e pensa: se este homem fosse realmente quem diz ser, não permitiria tal atrevimento por parte de uma pessoa tão pecadora. O seu raciocínio não estava totalmente errado, afinal de contas, tais práticas, como, por exemplo, a prostituição, adotadas por essa mulher, são abomináveis aos olhos de Deus. Jesus, conhecendo os seus pensamentos, decidiu fazer uma ilustração de modo a poder lhe explicar o que estaria acontecendo. Para isso, conta uma história sobre certo credor, o qual perdoou a dívida de dois devedores, sendo que um devia dez vezes mais do que o outro. Ele pergunta para o fariseu qual dos dois amava mais aquele credor, ao que lhe respondeu, imediatamente, suponho que ao que mais lhe perdoou. Baseado na própria conclusão do fariseu, o Mestre se volta para a mulher e ressalta todo o seu proceder para com ele em contraponto com a do anfitrião. Um contraste enorme das atitudes daquela “pecadora” com a indiferença e frieza do “religioso”.

Jesus não estava sendo conivente com os pecados cometidos por ela. Entretanto, como Deus, conseguiu penetrar nas entranhas da sua alma e percebeu um verdadeiro arrependimento que se exteriorizou em gestos de humilhação, súplica e, acima de tudo, adoração, os quais atraíram, sobremaneira, sua atenção. Já o fariseu que se achava tão merecedor, digno, santo, não foi capaz de perceber que estava diante do “Rei dos reis e Senhor dos senhores” e, consequentemente, não lhe concedeu a honra devida (Ap 19.16).

Em vista disso, chegamos à conclusão de que Deus não está muito interessado com o nosso passado, com o tamanho do pecado que já cometemos e sim com o presente, através de um arrependimento genuíno e constante, bem como do nosso futuro, por intermédio de uma decisão sincera de lhe servirmos incondicionalmente. Outro aprendizado durante esse encontro é para aqueles que se consideram muito justos e numa posição superior à dos demais pecadores; se sentem merecedores das bênçãos divinas e menosprezam a graça e a misericórdia do Pai. A Bíblia afirma que não há um justo sequer sobre a terra, ou seja, todos carecem da ação reconciliadora de Cristo (Rm 3.10, 23). Suas palavras finais foram: mulher, os seus pecados são perdoados; a tua fé te salvou; vai-te em paz.  Que encontro inimaginário! Ele pode indicar também que teremos muitas surpresas ao chegarmos no céu.

Por Juvenal Oliveira Netto
Colunista deste Portal

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